segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Na mesma?

Bom, dormi num dos melhores quartos de hotel que já experimentei, daria o terceiro lugar. Já dormi em vários hotéis nos últimos 13 anos por conta de meu trabalho. Sempre a trabalho...
O quarto era enorme e novinho, recém-reformado. O chão era de tacos raspados, sem brilho algum, até parecia sem sinteco. Lindo!!! Uma cama de casal alta e fofa, maravilhosa! O banheiro era pequeno mas novinho. Bege. E que banho bom, bem quentinho! Dormi me sentindo desoprimida", talvez por conta do tamanho enorme do quarto, meus problemas pareciam pequenos. E também por ser tudo tão limpo e clean - não havia nada em que o olho "enroscasse". Um quarto despoluído, cristalino! Um banho de cachoeira na minha ansiedade, levou tudo de ruim embora.
Acordei e a sala de café era muito bonitinha. E o café da manhã muito bom! Chovia bastante (o que fez meu sono melhor à noite). E quando saí do hotel cedo ainda chovia - estava tão bem que até o dia cinza me agradou! Eu estava leve! Saí para resolver uns assuntos (depois voltei e aproveitei mais um pouco do hotel), e as lojas estavam abrindo. Foi muito legal, pois os donos de lojas vizinhas se cumprimentavam e riam. Alguns comentavam as notícias do jornal. Pessoas bonitas e divertidas!
Daí voltei pra casa e conversei com meu marido (detalhe: entrei em casa e tudo de ruim e opressor voltou... a casa parecia mais feia de decadente...) Antes havia ido procurar apartamento, achei duas coisas interessantes, mas ainda não os vi - as chaves não estavam disponíveis, só amanhã. Voltei pra casa e conversei com meu marido. Tadinho, fiquei com remorso de ter brigado com ele. Ele colaborou com as compras, foi uma gracinha. E depois ainda me deu um aparelho de escalda pés!!!!!! AMEI!!!!! E assistimos a um filme a noite enquanto eu ficava com o pé lá. O aparelho ainda faz uma vibração leve que relaxa mais ainda! Muito bom! Domingo fomos a um almoço especial - gostei muito. Mas é verdade que estou muito sem vontade de ter esperanças quanto a nossa relação, não adianta presentes e um domingo bom a cada 3 meses... nossa relação precisa ser completamente reavaliada, meu papel dentro dela está comprometendo demais todo o andamento de minha vida. Já me frustei bastante em muito pouco tempo. E também é verdade que as questões mal-resolvidas chegaram a um nível de solidez que hoje levo meus problemas, frustrações e atribulações a qualquer lugar que vamos, não consigo mais me desvencilhar deles, mesmo que estejamos num lugar de diversão... (só no hotel realmente me esqueci de tudo, foi como sair do corpo!). E acabei fazendo um comentário mal-educado quando me perguntaram, nesse almoço, sobre a casa... eu disse que não gostava de morar nela. Falei a verdade, meu marido sabe que é assim, mas ficou chateado e triste (por que?? Ele sabe do quanto me desagrada tudo na casa). Não gostei de deixá-lo triste, mas também não gosto quando ele faz de conta que estou bem na casa. Seria tão mais fácil se em vez dele ficar triste, ele tentasse arrumar uma saída usando a lógica e a inteligência. Eu em geral não gosto de atitudes "faz de conta", só pioram tudo porque o problema nunca é atacado de frente, e sim sempre mascarado. Depois do almoço fomos a uma loja enorme de material de construção! Outro presente maravilhoso que meu marido me deu, porque adoro loja de material de construção - já nasci gostando. Bom... mas fui lá para cotar e definir revestimentos para a reforma da casa. Isso de fato aconteceu - tudo está ficando bem decidido, mas um problema: o azulejo mudou de 15 reais o m2 para R$ 35,00... Vi novamente o orçamento aumentar. Que aperto no peito... Fui lá justamente para tentar diminuir...
Daí, depois da casa de materiais de construção meu marido me levou para comer lanche!! Não sei o que está dando nele, nunca fez isso... Acho que foi o final de semana que mais passeamos até hoje.
Ele está começando a derreter meu coração de novo... Não sei se isso é bom ou ruim. Atualmente tenho muito o pé atrás com ele, como disse: já me frustrei bastante.  Não quero me enganar, ele está tolhendo demais minha vida, arrastou-a a um nível absurdo de insatisfação de minha parte e isto tem que mudar, e não ser mascarado.
Hoje ele fez mais uma coisa impressionante: ofereceu ajuda a uma pessoa com muita generosidade. Puxa... Até acho que a generosidade dele vai nos custar caro - e pior: vai nos custar o sossego. Mas generosidade é uma coisa que não costumo ver nele. Sinal de mudança?
Mas... eu briguei com ele. De novo. E de novo qual o motivo?????????
A casa... Quero evitar chamá-la de mald...
Estou com preguiça de contar tudo, foi por conta da reforma. Tive até taquicardia hoje só de pensar nessa reforma... chego a ficar trêmula, parece que vou desmaiar, é bem ruim. E minha cabeça dói de um jeito diferente, parece que fica pressionada e que vai explodir - é uma dor física, mas diferente da dor de cabeça comum. Variações de pressão. Tudo porque estou preocupada com o valor dos gastos. Daí entrei em pânico de novo com essa história de reforma: o dinheiro e a sujeira, fora que estaremos morando na casa enquanto a reforma acontece. E voltei a pensar em alugar um apartamento. Meu marido consentiu. No início não achei legal vivermos separados, tenho uma idéia muito diferente do que seja relacionamento, mas depois reconsiderei a hipótese... isso porque teve outro fator decisivo: ele me disse que semestre que vem vai ter de provavelmente acordar 4h30 da manhã 4 vezes por semana. E eu tenho meu curso no semestre que vem, invariavelmente (já parei este). E provavelmente por 3 dias na semana irei dormir mais de 23 horas. PÁRA TUDO.
Não aguento mais um semestre assim...
Aguento esse ritmo de 30 a 40 dias, não mais que isso. Viro um lixo humano, meu rendimento no trabalho diminui absurdamente, e não acho justo meu marido fazer isso comigo. Ele não está mais sozinho, e a rotina de um afetam o outro, ele ainda não sacou isso. Outro dia um senhor me falou que não faz hora extra porque gosta de ficar com a família, a mulher e a filha... Ele disse que para ele o que ele ganha com as horas extras não compensa o tempo que perde com a família; ele é evangélico, e disse que as duas (mulher e filha) ficam falando sem parar com ele quando ele chega, animadas, compartilhando tudo do dia. Ele disse que adora isso. Plantou, colheu. Já eu e meu marido... Meu marido usa meus ombros de apoio para ir mais longe... Só que nunca consenti. Eu acho que ele poderia distribuir melhor estes horários, a fim de não sobrecarregar tanto para mim. Mas ele NUNCA considera isso, ele quer acabar o curso dele custe o que custar, passando por cima da saúde de quem ele tiver de passar. Ele sabe que não aguento isso, mas só pensa nele. Já faz 1 ano que levamos uma vida dessas, parei o curso por conta disso e dos afazeres domésticos nos finais de semana. Neste ponto ele está sendo bem egoísta, até um trabalho que tínhamos em comum ele deixou para poder fazer outro que irá beneficiar apenas a ele. Já vi que não posso contar com ele. Ele não tem senso de comprometimento comigo. Idem com a história da casa: ele sabia que eu não queria me mudar para ela, mas insistiu e disse que tudo ia mudar. Em 1 ano o pouco que mudou foi porque eu investi aqui e os vizinhos nos emprestaram algumas coisas (como uma cama); a única melhoria que ele fez foi cuidar do chuveiro. Eu vi armários de cozinha, guarda-roupas, rack, troquei o estofado de 2 sofás velhos, comprei estantes para os livros dele, e ainda arrumei um sofá lindo por um excelente preço - até ele gostou! Foram dias e dias de pernas nas ruas para encontrar os móveis adequados. Eu não vou dizer que gostei de procurar os móveis porque fico nervosa com os gastos, e com o tempo que gastei nisso tudo. Preferia investir meu dinheiro em fundos de investimento, tratamentos estéticos, viagens.
A vida de meu marido está saindo como ele planejou e almejou, mas não a minha, e não posso mais ficar refém dele ou do casamento, nem que eu quisesse, pois está afetando muito meu trabalho. Não posso me destruir por conta da obsessão dele. Vou dar mais uma chance a ele, caso ele continue insistindo em rotinas massacrantes para mim de forma a destruir meu rendimento no meu trabalho ou de forma a me obrigar a abandonar meu curso de novo... sinto muito. Mas companheirismo é uma troca. Está na hora dele se doar também. Ele tem priorizado os ideais dele em detrimento de nosso relacionamento... Faz 3 anos... Ele tem opções de fazer diferente, mas é turrão. Está me obrigando a fazer o mesmo, a priorizar minha vida, porque meu trabalho é sagrado e o preço que tenho pago pelo convívio com ele tem sido o baixo rendimento/cansaço; então para render mais vou ter de ficar longe dele? É o único jeito. Ele não tem direito de destruir tanto minha vida como está fazendo. O engraçado é que falo isso pra ele e ele não concorda. Nunca lidei com alguém tão cego. Ele até parece achar que mulher gosta mesmo é de cuidar de casa, marido, de cachorro e filhos, e que trabalhamos fora por obrigação (e não opção de vida). Para ele, já está excelente para uma mulher cuidar de uma casa e de um marido. Gastar tempo e preocupar-me com reforma, escolher materiais, para ele, é uma vida boa que ele está me dando, porque como mulher devo gostar disso, afinal mulher gosta de enfeitar (até é verdade, mas enfeitar é uma coisa e reformar é outra). E depois: não gosto de passar horas enfeitando, não sou deste tipo. Mesmo que você diga, afirme categoricamente, que você gostaria de por exemplo viajar, ele tem uma pre-concepção do que é bom para uma mulher e vai te impor.


Ele é bem difícil de convívio, foi a pessoa que conheci que mais me tolheu. Aliás, nunca convivi com absolutamente ninguém que me tolhesse. Uma coisa é você ter alguém inteligente a seu lado que te dê conselhos; outra é você ter alguém que dá pitacos desgovernados, e ainda te tolhe, quer te encaixar no que ele decidiu ser bom para você. Ele exige do outro tudo, até o sangue, mas ele mesmo faz muito pouco. Ele acha que faz muito, a questão é que faz na direção que ele acha boa, como se eu fosse alguém sem personalidade e condições de saber o que é bom para mim. Já são 3 anos assim... Eu diria que é o pior defeito dele, talvez um dos piores num ser humano, e está tornando insustentável minha relação com ele: ele me usar tanto, sugar-me as energias até secar e me adoecer e depois fazer de conta que não tem nada com isso... E o duro que ele realmente acredita nisso: que não fez nada ao outro, só ajudou. É muito bitolado em se tratando de relação humana, muito travado, além de péssimo observador. Não sei se se trata de uma dificuldade extrema de enxergar o que é bom para o outro, ou de egoísmo e comodismo. Ele fala que me dá a maior força para eu voltar pro curso... eu acho isso tão engraçado (e mais uma vez uma forma que ele tem de mentir a si próprio) porque parece político falando: "ah, eu quero que você tenha tudo o de melhor", mas não dá condições, na verdade até tira as boas condições já existentes.
Pois é... abri o blog para desabafar sobre meu marido, entre outras coisas. Quero fazer uma análise cuidadosa do dia-a-dia, dos erros e acertos desta relação. E é impressionante como continuo lendo e concordando com tudo o que escrevi a respeito de meu marido. Ele parece que tem mudado...
Vamos ver como isso vai ficar, o futuro de nosso relacionamento vai depender quase exclusivamente das decisões que ele vai tomar. Se for uma, eu fico; se for outra, vou alugar um apartamento. Se eu alugar o apartamento, perderemos dinheiro que poderia ser usado para a reforma (esta é a parte que mais está me incomodando); em compensação ganho qualidade de vida, novamente autonomia sobre minha vida e condições de alavancar meu trabalho e curso de novo já que vou poder dormir bem e concentrar forças, livrando-me da rotina esmagadora que ele já me impõe há 1 ano. Se eu decidir agir de forma individualista (seguindo o exemplo dele), tenho muito mais a ganhar. Talvez isso abale profundamente minha relação com ele, pelo menos da minha parte (para ele não, ele não tem noção do que seja uma relação, aceita qualquer coisa) mas sinceramente: continuo achando que só eu invisto nela. Se for este o caso, melhor acabar mesmo. Está nas mãos dele. Estou bem cansada do quanto essa relação está me tirando.

Um comentário:

  1. Oi menina. Vc ama muito este homem, acho que falta alguem mais velho e mais experiente para conversar com vcs dois. Nao vale a pena largar um casamento e umapessoa de caráter por causa de horários que não batem, ainda mais que vc ama ele. Talvez ele seja um pessoa com valores antigos retrógrados, quem sabe ele tb nao está se sacrificando por vc a maneira dele?

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