quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Quarta-feira

Vi uma reportagem no Yahoo sobre o açaí ser rico em Omega-3. Pesquisadores fizeram um curativo com o óleo do açaí, que promete acelerar a regeneração da pele em caso de queimaduras e outras doenças. http://br.noticias.yahoo.com/curativo-de-óleo-de-açaí-acelera-regeneraqção-da-pele.html
Hoje não estou a fim de ficar confinada. Trabalho confinada, como milhões de brasileiros. Em frente a minha mesa há uma divisória, destas de escritório.
O dia está lindo lá fora, mas não o vejo passar, não há janelas onde trabalho... Vejo um pouco do dia no caminho de vinda ao trabalho e de ida pra casa.
Hoje queria trabalhar lá fora ou numa sala com janelas - adoro meu trabalho, sou privilegiada por isso! - mas queria trabalhar vendo o dia, respirando ar puro. Às vezes me parece tão simples ser feliz!
Eu e meu marido brigamos feio no final de semana. Mas depois nos entendemos. O fato de nos entendermos melhora um pouco.
Hoje mesmo antes de 9h00 já me deparei com duas situações que me incomodam muito. Mas muito mesmo. Não vou falar delas, não vale a pena... Mesmo porque sei que vou resolvê-las. Ah se vou! Principalmente porque não fui eu que arrumei os problemas.

Ouço Coldplay - adoro! See you soon (gravado ao vivo) http://www.youtube.com/watch?v=dsz-EeNZBkI&feature=related 
So you lost your trust,
And you never should have, you never should have,
But don't break your back,
If you ever see this,
Don't answer that.

In a bullet proof vest,
With the windows all closed,
I'll be doing my best,
I'll see you soon,
In a telescope lens,
And when all you want is friends,
I'll see you soon.

So they came for you,
They came snapping at your heels,
They come snapping at you heels,
But don't break your back,
If you ever see this,
Don't answer that.

In a bullet proof vest,
With the windows all closed,
I'll be doing my best,
I'll see you soon,
In a telescope lens,
And when all you want is friends,
I'll see you soon,
I'll see you soon.

And oh you lost your trust,
And oh you lost your trust,
And oh don't lose your trust,
And oh you lost your trust

Pedindo paciência aos céus

Dia 10 de agosto:
Hoje vim de carro para o meu trabalho, em vez de vir no ônibus da empresa.
Isso porque precisava fazer uns 5 telefonemas particulares (médico, depiladora, cotação de preço de material de construção, falar com minha mãe, etc), e não gosto de fazer isso do meu trabalho. Além disso, tinha de arrumar melhor a casa porque hoje só chego às 23h00. Meu marido chega às 18h00, então quis deixar o quarto arrumado e a louça da cozinha lavada. Tem comida feita, quando ele chegar é só esquentar.
Meu marido sai mais cedo de casa às quartas, antes mesmo do ônibus da empresa passar, pq vai a uma outra cidade fazer um curso até às 10h00 antes de vir para o trabalho; ele vai de ônibus ao curso na outra cidade. Acordei portanto mais cedo para terminar de preparar o café da manhã pra ele (tb tenho que dizer que ontem à noite ele mesmo já deixou tudo meio ajeitado). Antes de sair, ele ainda me pediu para eu regar as plantas, serviço que nao faço pela manha pq nao da tempo. Mas eu já estava pensando em vir mesmo de carro ao trabalho.
Como eu estava de carro, fui busca-lo no ponto em que ele desce da outra cidade, assim ele evitaria de pegar o circular até o trabalho, e andar mais 20 minutos.
Pensei: "tadinho, acordou tao cedo, vou sair do meu trabalho, o que me atrapalha, mas vou lá dar uma mão pra ele". Mesmo assim, quando o peguei ele estava de cara fechada; coisa comum.
Aí falei pra ele sobre os preços de pisos... Respondeu mal, chegamos no trabalho, paramos o carro e ele ja foi descendo... dando as costas... Eu e meu marido somos hábeis nas práticas de distanciamento. E nota zero para as práticas de aproximacao. Estou vendo títulos de livros para comprar a fim de aprender a lidar com ele... Sobre a casa: vamos reformar a casa daqui a uns 3-4 meses. E ele nao tem paciencia para ver pisos, azulejos, cores. Entao faço tudo, no pouco tempo que tenho. Mas depois ele reclama de quase tudo. Bom...

terça-feira, 9 de agosto de 2011


Abri o blog porque preciso escrever sobre minha vida em vez de reclamar por aí. Preciso desabafar, mas prefiro que seja com palavras silenciosas. E sem obrigar ninguém a me ouvir.  
Nasci com todas as virtudes e forças universais a meu favor: pai e mãe inteligentes, recebi boa educação, estudei um instrumento musical, falo um idioma, fui boa aluna – o que devo em parte ao exemplo de meus pais e parte a minha força de vontade.
Morei fora dos 18 aos 23 anos, e depois, dos 26 até hoje.
Enquanto morei fora, enfrentei as dificuldades de uma vida solitária e de solidão sem reclamar – aliás, sem sequer comentar sobre ela – achava que estava lutando para melhorar e enquanto acreditei nisso não foi tão difícil viver a tal vida árida.
Pulando os detalhes... não sei o que fiz de minha vida... pois hoje, aos 36 anos, sinto-me prisioneira de minhas escolhas e das imposições do destino, coisas que não consegui mudar por mais que eu quisesse... ou coisas que não pude mudar como a morte repentina de meu pai no início do ano. Sou casada há 1 ano e meio com um homem de caráter. Porem na maior parte das vezes, com exceção dos últimos 10 dias, poderia defini-lo com uma palavra: grosso. Atualmente ganho bem para um brasileiro (e eu sou agradecida! pois conheci a carência material) porém a visão de um prisioneiro é sempre a mesma: as grades. Monocromáticas e verticais.
Verticais...
...
Ganhar melhor não me livrou delas; na verdade acho que diminuiu o tamanho da cela.
Tenho bastantes afazeres, trabalho, manias para dar conta durante o dia... Ainda assim às vezes tento recostar em algum canto, fechar os olhos e construir uma outra realidade, usando neurolingüística, telas mentais, gasparotos, etc... Sou pisciana, fantasiar deveria ser fácil para mim!
Mas as grades...
Verticais...
Impiedosas grades...
Rasgam, furam meus sentimentos – e pintam de sangue minhas telas mentais.
Quando então de novo só me resta lutar para sobreviver.
Sou daquelas que agradece quando consegue chorar – pelo alívio que as lágrimas trazem.

Minha espiritualidade é grande, acredito em outras vidas, reencarnação...
Aceito meu carma, e seria útil se eu soubesse meu propósito. Mas não sei.

Sou uma boa pessoa, sei que sou. Tenho amigos que de fato gostam de mim, e eu deles, sou honesta – tanto como mulher como cidadã, tenho nome limpo. Tudo isso é verdade.
Mas... em alguma coisa estou errando feio, porque não sou feliz faz tempo, e desistir de ser não fez melhorar nem me resignou.
Sou uma infeliz sem causa?
Achei que pudesse encontrar outros como eu, por isso abri o blog! Quem sabe eu poderia encontrar conselhos de quem foi capaz de sair das grades!
Identifico alguns motivos para minhas agruras:

1)     Saudade da “pátria”.
2)     Desequilíbrio entre afazeres e diversão: excesso de trabalho e nenhum lazer (como 99,9% dos brasileiros kkkkkkk!!)
3)     Alguns problemas de relacionamento com o cônjuge (como 99,9% dos brasileiros casados). Meu marido é um cavalo, daqueles que dão coice até mesmo quando recebem carinho (mas mudou tem 10 dias, pedi tanto... será que funcionou?...). E o meu problema é que fui independente em boa parte da minha vida, mas estou casada e tenho que entender isso. Agora por exemplo tenho muito mais afazeres de casa, gasto meus sábados e domingos envolvida em compras, limpeza, arrumações, fazendo comida... Antes eu era bem mais livre para decidir o que fazer.
4)     Instabilidade no emprego (como 99,9% dos brasileiros na fase adulta)
5)     Saudade de meu pai (uma das melhores pessoas que conheci), e arrependimento: convivi pouco com ele porque eu queria ser independente financeiramente. Louvável, mas na prática foi uma das decisões que mais me deixou conseqüências. Eu poderia ter almejado uma vida mais simples e menos distante dele e de minha família (que são minha mãe e meus dois irmãos um pouco mais novos).
Paguei e pago um preço enorme para ser alguém. A tristeza que sinto por isso é a maior realidade de tudo o que escrevi aqui. Porém gosto do que faço... Será que eu estaria mais infeliz que agora se tivesse investido na vida mais simples? Nunca vou saber... Depois dizem que é fácil viver.