quinta-feira, 25 de abril de 2013

Saudade

Hoje é quinta-feira. Dia 25. Meu pai faleceu num desses dias vinte e cincos... Num dia quente, ensolarado.
Meu último dia de sol. Faz quase dois anos e meio.
Desculpe, para quem ler isso, eu escrever sobre coisas tristes.
Fica em paz, meu pai. Que sua vida aí onde o senhor está seja muito melhor que a que o senhor já sonhou um dia em ter. 
Desculpe por toda a dor que te causei. O senhor me disse que fui uma boa filha, sei que fui. Mas sei que foi muito pouco. Uma coisa que o senhor nunca vai saber é que mesmo distante eu ficava imaginando quando eu conseguiria voltar para casa de novo, bem de vida, e aí ficava pensando em quantas coisas boas poderia fazer para o senhor e para a mãe. 
Nada disso aconteceu... E agora meus sonhos são tão menos intensos... sobrou pouco.

Ai, ai... quem entende a vida... 

Ontem comprei o lavatório do banheiro novo lá de casa. Na semana passada terminamos a parte mais complicada da hidráulica. Gostaria que o senhor soubesse. 

"(...)
Saudade é amar um passado que ainda não passou, 
é recusar um presente que nos machuca, 
é não ver o futuro que nos convida...

Saudade é sentir que existe o que não existe mais... 

Saudade é o inferno dos que perderam, 
é a dor dos que ficaram para trás, 
é o gosto de morte na boca dos que continuam... 

Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade: 
aquela que nunca amou."

(...)

Pablo Neruda 

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