Hoje é quinta-feira. Dia 25. Meu pai faleceu num desses dias vinte e cincos... Num dia quente, ensolarado.
Meu último dia de sol. Faz quase dois anos e meio.
Desculpe, para quem ler isso, eu escrever sobre coisas tristes.
Fica em paz, meu pai. Que sua vida aí onde o senhor está seja muito melhor que a que o senhor já sonhou um dia em ter.
Desculpe por toda a dor que te causei. O senhor me disse que fui uma boa filha, sei que fui. Mas sei que foi muito pouco. Uma coisa que o senhor nunca vai saber é que mesmo distante eu ficava imaginando quando eu conseguiria voltar para casa de novo, bem de vida, e aí ficava pensando em quantas coisas boas poderia fazer para o senhor e para a mãe.
Nada disso aconteceu... E agora meus sonhos são tão menos intensos... sobrou pouco.
Ai, ai... quem entende a vida...
Ontem comprei o lavatório do banheiro novo lá de casa. Na semana passada terminamos a parte mais complicada da hidráulica. Gostaria que o senhor soubesse.
"(...)
Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver o futuro que nos convida...
Saudade é sentir que existe o que não existe mais...
Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam...
Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou."
(...)
Pablo Neruda
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