domingo, 8 de novembro de 2015

Relacionamento: a dificuldade de ouvir

Eu e meu marido estamos em processo de separação.
Logo agora que temos um filho lindo. 


O processo já vinha acontecendo, pelo menos para mim, faz algum tempo. Já vinha conversando com ele sobre coisas que me incomodam demais (demais, demais), mas ele não abre espaço. 
Ele inclusive me disse agora, nesta semana, quando eu disse a ele que queria me separar, que ele foi "pego de surpresa"... 
... (estou reticente, atônita.)
...
Como assim "pego de surpresa"??

Achei que com o nascimento do nosso filho as coisas fossem melhorar para nós, mas até pioraram. 


Não quero listar os motivos do fim de nossa relação, prefiro que fiquem conosco. 

Até porque acho que a maioria dos motivos são tão ridículos e são tão simples de serem resolvidos que dá até vergonha te contar porque estamos terminando. 

Mas embora simples, precisariam ser conversados e resolvidos. 
Precisaríamos chegar a um ponto em comum, bom para as duas partes. E valeria até ajuda profissional. Eu já até me vali dela ha um tempo. 
Mas ele também precisaria aceitar, afinal, o casal está doente, não adianta um só se tratar. 
Apresentei várias soluções, só que o meu marido não me diz nada, nem sim nem não. 
Absolutamente nada. 
Ele não consegue me dar respostas a muitas coisas que me descontentavam, e que cuidadosamente fui escrevendo a ele. 
Mas ele nem sequer responde direito aos meus emails. 
Só coloca uma frase... aliás, sempre fez isso. 

Uma dificuldade de comunicação brutal (ou uma acomodação conveniente?? Porque quando ele quer, para outras pessoas, ele escreve bonitinho). 
Só fico com o vazio e o silêncio. Ele só me diz para voltar, que meu lugar é ali. 
Mas como vou voltar com um bebê, para depois decidirmos terminar de vez, e aí teu ter de voltar para a casa de minha mãe (que é onde estou) de novo e com meu filho??
E sabe... se meu marido não ceder em certas coisas, não dá. 
Aí o relacionamento vai me enlouquecer mais do que já me enlouquece. 
Eu já cedi ao máximo. Ao máximo mesmo. 

Meu sofrimento é muito grande. 

Assim, o que me resta fazer? Tenho um filho, problemas financeiros se eu voltar (não vou explicar isso) e tenho problemas com meu marido que precisariam ser resolvidos... E nada acontece. 

Para ajudar, meu marido tem uma amiga de um programa (uma espécie de curso) por internet... 
Essa moça tem dado palpites a ele sobre nosso relacionamento há pelo menos 1 ano.
Ela nem nos conhece, mora longe. 
Só se falam por internet. Ela costuma dar pitacos na vida de todos do curso, se acha a psicóloga. Uma espécie de urubu ávido por carniça emocional. 
É uma boa pessoa, casada, muito correta quanto a isso. Não tenho ciúme dela, não mesmo, nem uma pontinha.

Porém ela tem atrapalhado bastante o nosso entendimento.

Meu marido fala horas com ela, há mais de 1 ano* (sobre problemas do curso e sobre outros assuntos, como por exemplo sobre nosso relacionamento) e a ouve quase que integralmente... Mas a mim... 
Aí, há cerca de 2 meses ela quis falar comigo, fazendo o gênero "amigona".** Uma cabeça completamente diferente da minha. Somos opostas. O jeito dela pensar é ótimo, assim como o meu. Apenas somos bem diferentes.   

* sim, eles se falam há mais de 1 ano, quase todo dia. Ele fala mais com ela que comigo. Quando conversei hoje com minha cunhada sobre isso: "ah, se seu irmão fizer isso comigo, nosso relacionamento não passa de uma semana". Nenhuma mulher aceita. Pois é, mas a trouxa aqui aceitou. Não gostava nem um pouco, mas aceitei. E meu marido acha o cúmulo eu não aceitar. 
Teve até um dia que meu bebê chorou por 2 horas e meu marido não ouviu... estava concentrado falando com ela pelo computador. Quer dizer, ele ouviu, mas ignorou "se está com a mãe, está bem". E não notou que foi por 2 horas... Como vocês acham que me senti??? 
** vejam o que uma terceira pessoa faz no meio de um casal: a mulher falava com meu marido, ficava sabendo de detalhes. Aí ele vinha falar comigo, para tentar resolver as reclamações dele. Aí eu contava outros detalhes. Aí ela voltava a falar com ele... e assim por diante. Em 2 meses essa mulher tinha escarafunchado tudo de nossa vida. Sabia até sobre nossos pais. Aí ela começou a não mais opinar, mas impor, com direito a bronca e tudo. E para mim (nunca para meu marido... aposto que se ele chegasse a agressão física comigo, ela daria um jeito de me botar a culpa de porque ele me agrediu).  
*** eu nunca concordei com uma terceira pessoa entre nós, mas resolvi deixar o barco correr... pelo meu marido. Já que ele confia tanto nela... quem sabe ela poderia ajudar. Nossa, que anta que eu sou. 

Porém, nestes últimos dias, conforme minhas reações de raiva, explosões e exposições de argumentos ao meu marido aconteceram de forma mais intensa... já que estavam encharcadas de dor... ela está dizendo a ele que não sou eu que estou agindo assim, que estou "possuída".
... (estou reticente, atônita.)
...
Como assim "possuída"??

E ela inclusive disse que estaria em oração por mim... porque estou agindo sob o efeito de sei lá o quê... ela tem que afastar essa coisa de mim... Pode isso? 
...
...

Jesus amado... em seu nome, quanta ignorância.

E o meu marido ontem repetia isso para mim: "você não é a Fulana, quero falar com a Fulana"... E ele nem é religioso... 
Nossa... Mais essa barreira entre nós.

Sabe por que não tenho diálogo com meu marido?
Porque ele classifica meus problemas todos em 3 (agora 4) grandes grupos:
1) ou porque estou com problema hormonal (TPM, depressão pos parto, etc), 
2) ou porque estou com ciúme, 
3) ou porque vou ficar sem dinheiro, 
4) (este é o novo!) ou porque estou "possuída". 
Como vou dialogar qualquer coisa com meu marido, se o problema nunca está nele, e sim tudo em mim? E ainda por cima, nestes 4 grupos??

E essa moça nem nos conhece... Olha a que ponto chega a interferência de uma terceira pessoa: a ponto de acabar com as chances de discussão de uma relação.

Pessoas politicamente corretas... fujam delas. 
Normalmente são pessoas cheias de problemas, são mal resolvidas, recalcadas, mas que atualmente, com o advento da internet, criam perfis "perfeitos", e se autopromovem. 
É fácil através do computador, sem a convivência, você ser perfeito. 
As pessoas mentem para si mesmas, e pior, vivem dessas mentiras, e chegam a acreditar nelas. 

Bom... Minha vida agora parece que será eu e meu filho.

Já fiquei sozinha muitas vezes...
É bem duro. 
Agora tenho meu filho!!!! 
E por conta dele, mais forças para lutar!

A experiência da aranha:
Um grupo pesquisava o que acontecia com uma aranha quando suas patas eram cortadas.
Cortaram a primeira: "anda aranha", e a aranha continuou andando.
Cortaram a segunda: "anda aranha", e a aranha andou com um pouco de dificuldade.
Cortaram a terceira, a quarta, a quinta...
Quando cortaram a última... "anda aranha", ela não andou mais.
Conclusão do experimento: a aranha é surda.